sábado, 29 de agosto de 2009

Brüno


Do que você seria capaz pra conseguir a fama?


Brüno (é assim mesmo com trema... não venha me falar de reforma ortográfica kkk), austríaco de 19 anos, fashionista e gay muito bem resolvido, é capaz de tudo e mais um pouco. E no quesito “Sem Noção” ele leva 10 com louvor. Ao contrário de Borat, do anterior e melhor (não que isso seja mérito nesse caso) pseudo documentário estrelado pelo ótimo Sacha Baron Cohen, que fazia os maiores absurdos por pura ingenuidade de se comportar, nos EUA e na cultura da classe média americana, da mesma forma que em seu distante Cazaquistão... Brüno é um sem noção consciente. Vai também pros EUA a fim de reconquistar a fama, depois de perder todo o prestígio em seu País, e lá apronta os maiores absurdos porque realmente acredita que aquilo que apresenta seja o supra sumo do entretenimento, a ponto de se achar injustiçado por não ter seu valor reconhecido. E na busca desse reconhecimento, ele nos brinda com cenas poucas vezes engraçadas (o sexo oral imaginário no espírito de Milli, da dupla Milli Vanilli), muitas vezes exageradas e desnecessárias (um pênis dançante balançando por vários segundos), que o filme vai nos jogando uma atrás da outra sem muito critério ou coerência... assim como o seu protagonista. Longe de querer ser puritano, concordo que o filme trate de assuntos pertinentes e muito atuais que são pratos cheios pra uma comédia e até tenha lá seus bons momentos (a entrevista com os pais de alguns bebês que concordam com os maiores absurdos propostos por Brüno, só pra que seus filhos sejam escolhidos pra um trabalho), mas se perde em querer ser apenas um reflexo da sua personagem e achar que um amontoado de cenas nada convencionais e até certo ponto corajosas de serem feitas, seja suficiente pra se criar uma proposta que perdure. Parece que o filme foi de fato dirigido pelo próprio Brüno, assim como o piloto de um programa de entrevistas com celebridades que a certa altura ele mostra num teste de público sem nenhum sucesso... só não chega a ser "pior do que câncer", como alguém classifica o programa sem acreditar no que acabou de assistir. E no final o que será comentado, serão as cenas “chocantes” e as sensações que elas causam em cada um ao assistir, e não o comportamento que é cada vez mais comum em qualquer lugar do planeta... Estamos cada vez mais capazes de tudo e com mais ferramentas pra conseguirmos nossos 15 minutos de fama! Bom, a maioria de nós pelo menos kkk!
Obviamente, sendo reflexo de seu protagonista, o filme parece querer fazer carreira pela polêmica e não exatamente por seus méritos artísticos. Nada genuíno... apenas oportunismo. Quem tem certeza do que se é, sabe como rir de si mesmo e não se levar tão a sério. Mas, do que mais são feitos esses famosos instantâneos do que de oportunidade? Já foi o tempo em que a ocasião fazia apenas o ladrão.
Claro que tudo isso é opinião minha, e vai ter gente por aí achando genial. Então, recomendo que assistam e tirem suas próprias conclusões (só não recomendo que assistam numa tarde de domingo com a família ... pode ser constrangedor ... ou não, vai saber ). O maior “perigo” de Brüno é que ele consegue seu objetivo no final... o que pros sem noção de plantão é incentivo suficiente (não que eles precisem) pra seguir em frente com seu circo de absurdos! E quem não quiser assistir que mude de planeta, porque o show está só começando!


Charles F. Miranda

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Rock'n Roll também é "auto ajuda"



Sexta-feira fria, aniversário de Nilópolis e um show da Rita Lee pra comemorar a data. Confesso que fui por pura falta de uma opção melhor, porque apesar de saber cantar praticamente todas as músicas (constatei isso durante o show) de tanto tê-las ouvido vida afora, seja na voz da própria ou de algum outro intérprete, nunca fui “fã de carteirinha” como se costuma dizer. Mas não podia estar mais errado! Não poderia haver opção melhor naquela noite... e agradecido por não ter perdido a oportunidade, reconheço que preciso urgentemente me filiar ao fã clube kkkk!!
“A maioria dos roqueiros morrem de overdose, terminam loucos internados numa clínica, alguns se suicidam... e os que sobrevivem viram dinossauros do Rock como eu” disse ela durante o show. E com seus 63 anos, os inconfundíveis cabelos vermelhos, a “dinossaura” esbanjou vitalidade mesmo com o braço na tipóia, fato que a fez lamentar por não poder tocar sua guitarra e outros instrumentos. Bem humorada, debochada, ácida, antenada com assuntos desde política até a novela das 20:00 e seus bordões indianos. Ela dançou, xingou e claro, fez o que vem fazendo desde os Mutantes até hoje, sem dar sinal de esgotamento ou enfado pelo ofício... muito pelo contrário. Era contagiante o seu prazer em estar ali fazendo “esse tal de Rock’n Roll”!
E é esse o motivo que me levou a escrever esse post. Não tenho interesse e nem conhecimento pra fazer um resumo da carreira dela (pra isso existe o Google), falando coisas que os fãs já estão cansados de saber. E os que não são fãs, não querem saber e têm raiva de quem sabe. Queria falar da energia, da alegria, do prazer que imuniza de um possível tédio em se cantar as mesmas canções pela “milionésima” vez. Rita Lee é mesmo inspiradora... ou deveria ser! Tanto pros jovens preocupados e paranóicos, achando que não vai dar tempo de fazer nada, quanto pros mais velhos, despreocupados por acharem que já fizeram tudo e que o resto se resume em assistir a vida passar. Não devemos nos importar tanto e por tanto tempo com os nossos erros, excessos e faltas (deixa isso pros fofoqueiros de plantão), o quanto já sofremos, ganhamos, perdemos, conquistamos... ainda cabe muito mais pra se fazer uma vida inteira! E não que isso vá nos isentar de transtornos, mas devemos seguir adiante sem nos levar tão a sério e com muito PRAZER!
Não conheço a mulher Rita Lee Jones de Carvalho. E nem sei se despida da personagem, ela é tudo isso que estou aqui propagando. Mas como artista, que é o que me interessa, ela está aí dando seu recado. E aos 63 anos, ainda fazendo toda diferença pra que uma noite perdida se torne inesquecível.

E se como ela diz, toda mulher é meio Leila Diniz ... todos nós deveríamos, mesmo que de vez em quando, ser um pouco Rita Lee!

Charles F. Miranda

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

19 de Agosto

Aniversário... dia pra sacramentar e lembrar o fato que você prefere nem se dar conta o resto do ano inteiro: O tempo está passando! E no meu caso lá se vão 31 anos.
Não sei se as primaveras foram me deixando mais chato (embrutecido, ranzinza, seco, mal humorado kkkk), mais exigente e seletivo, menos ingênuo ou se é apenas o fato de que algumas coisas vão ficando menos interessantes, à medida que o tempo as afasta daquele ponto onde elas tinham o impacto da 1ª vez. No meu caso acho que é um pouco disso tudo.
Olhando fotos antigas por exemplo, não consigo entender como podia me vestir daquele jeito! Aquela jaqueta horrorosa da Planet Hollywood que infernizei minha mãe pra comprar, aquele tênis M2000 com uma língua enorme, aquele sapato de couro com bico quadrado que eu usava nos momentos mais casuais kkkk! E os cortes de cabelo (que um dia eu tive kkk)? Prefiro nem comentar! Como eu conseguia dar gargalhada com os Trapalhões e hoje eu não posso nem olhar pra cara do Didi sem me sentir um idiota por estar assistindo aquilo. Assistir “O Exorcista” hoje, não dá o menor medo e muito menos choca. Bandas dos anos 80 que ainda resistem... acho todas um saco. E me pergunto se a Legião Urbana, que eu adoro, também teria se tornado um saco se não tivesse terminado. Paixões antigas... como eu pude amar certas pessoas (kkkk)?
Enfim, essas e muitas outras coisas que me fazem perceber a necessidade de se reinventar sempre. Se permitir novas idéias, conhecimentos, amigos, estilos, gostos... o que parece ideal hoje, amanhã você pode não entender como aquilo foi possível. É preciso estar aberto e atento para não deixar passar o encontro com o novo. Claro que sempre tem aquelas coisas que sentimos saudades e as que não enjoam nunca... brincar na rua com os amigos, não ter que ter tanta responsabilidade, coca-cola, certas músicas, certos filmes, certos livros, certos amigos, calça jeans, beijo na boca e por aí vai. O negócio é saber filtrar o passado e só deixar o que lhe for muito caro, assim sobra mais espaço pra outras possibilidades. E querer preencher esse espaço de novidades sempre dá um gás pra vida não ficar chata e parecer que, apesar dela estar passando, estamos parados no tempo. Que venha a nova idade e que ela me proporcione os encontros que eu ainda não tive!!


Quem poderia, contrariando o impossível, fazer o tempo parar?
Se é da sua natureza passar.
E quem poderia criar um horizonte que nos limitasse?
Se é da natureza humana tornar-se.


Charles F. Miranda

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Lavagem Cerebral


Se você achou que passaria pela vida carregando a frustração de não ter um diploma... suas angústias acabaram! Agora você pode ter seu “Diploma de Dizimista” assinado pelo próprio Jesus Cristo! Quer mais? Claro que quer... e os canalhas de plantão sabem disso e sabem também como explorar esse fato.
A questão aqui não é acreditar ou não em Deus, se Ele faz ou não faz... mas a que preço você está comprando sua fé e nas mãos de quem está depositando suas crenças. A Igreja Universal é um negócio (vou dar nome ao “santo”, porque é ela que está na pauta do momento e também pra não ser acusado de generalizar por algum chato), talvez não pra você, sincero e ingênuo na sua fé, mas com certeza é pra quem está por trás dessa máquina. É a manipulação, em causa própria, da palavra de Deus por aqueles que se auto delegam a condição de “escolhidos” para transmiti-la. É a exploração da carência, da ignorância e do desespero daqueles a quem só resta entregar nas mãos Dele, e encontram como intermediários toda sorte de caras de pau e aproveitadores.
Dito todo esse blábláblá, chego ao ponto que mais me irrita nessa história toda: Por que as pessoas ainda se permitem passar por essa lavagem cerebral? Como elas ainda caem e vão continuar caindo na mesma falácia, se não é novidade nenhuma o que mais uma vez os noticiários trazem à tona?
Algumas pessoas se espantam quando digo que sou ateu (entenda por isso eu não acreditar em Deus e não eu não ter fé em coisa alguma). A mim espanta mais o fato da maioria dos que creem não questionarem nada, engolirem tudo o que colocam na conta de Deus, não terem discernimento sobre o que é possível e o que é pura encenação. Entendo que esperança seja algo indispensável, mas quando você se estagna e aposta todas as fichas nisso a ponto de perder a sensatez, alguém vai saber se aproveitar disso.
Deus (ou seja lá que nome queiram dar), em minha opinião, seria a perfeita sintonia entre o pensamento e a ação de cada indivíduo, fazendo as coisas acontecerem pro bem ou pro mal. Portanto, eu não espero que um “Senhor barbudo” apareça algum dia julgando esse, absolvendo ou condenando aquele, tomando as rédeas de suas sagradas palavras e colocando ordem nesse caos. Somos nós, sem precisar pagar dízimo, sem diplomas e muito menos atestado de idiotas, que devemos valorizar nossa esperança e fé e não colocá-las nas mãos desses parlapatões (aprendi essa com o Collor) do Reino de Deus. Infelizmente quem pensa o Mal é mais ativo, objetivo e determinado na sua execução. Enquanto quem pensa o Bem fica na espera, sonha, romantiza, entrega nas mãos de Deus... e por aqui os representantes das “mãos de Deus” só as usam pra contar dinheiro e te tirar o pouco que você tem (entenda como Bem uma coisa maior e não um “bem” individual, caprichoso e sem medida, porque isso eles também acreditam fazer por si mesmos quando fazem o que fazem). Apesar de já ter dito que não é essa a questão desse post, esclareço que não há nas coisas que disse a presunção de afirmar ou tentar fazer com que alguém ache que acreditar em Deus seja uma besteira. Embora não seja minha opção e tenha dado minha opinião como tal, acho que cada um deve acreditar no que lhe for genuíno. A questão é: aprenda antes a reconhecer a legitimidade daquilo em que está depositando sua fé. Vigie e ore se te faz bem, mas de olhos bem abertos (nesse caso é melhor deixar todos os sentidos em alerta)!
Ufa... me estendi tanto que nem sei se meus 3 seguidores terão paciência de ler tudo. Acho que vou prometer alguns milagres pra ver se aumento o meu séquito. Quem sabe até cobre uma taxa por isso e ofereça um diploma de Seguidor Dizimista assinado por... bom, depois faço uma enquete pra saber quem vocês gostariam que assinasse. Sei que dei pouco espaço pro meu habitual e ácido humor (quem me conhece além desses 2 posts sabe kkk), mas se alguém viu as imagens do Bispo Macedo nos telejornais ou pelo You Tube, entende que fica difícil competir no quesito deboche e escárnio.
Charles F. Miranda

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A teus sentidos...

A boca pede
O que meus olhos veem.
Ouço tua entrega,
Minhas mãos se estendem
E teu cheiro me leva em direção a teus sentidos.
Estou pronto para comê-lo!


Charles F. Miranda