Sexta-feira fria, aniversário de Nilópolis e um show da Rita Lee pra comemorar a data. Confesso que fui por pura falta de uma opção melhor, porque apesar de saber cantar praticamente todas as músicas (constatei isso durante o show) de tanto tê-las ouvido vida afora, seja na voz da própria ou de algum outro intérprete, nunca fui “fã de carteirinha” como se costuma dizer. Mas não podia estar mais errado! Não poderia haver opção melhor naquela noite... e agradecido por não ter perdido a oportunidade, reconheço que preciso urgentemente me filiar ao fã clube kkkk!!
“A maioria dos roqueiros morrem de overdose, terminam loucos internados numa clínica, alguns se suicidam... e os que sobrevivem viram dinossauros do Rock como eu” disse ela durante o show. E com seus 63 anos, os inconfundíveis cabelos vermelhos, a “dinossaura” esbanjou vitalidade mesmo com o braço na tipóia, fato que a fez lamentar por não poder tocar sua guitarra e outros instrumentos. Bem humorada, debochada, ácida, antenada com assuntos desde política até a novela das 20:00 e seus bordões indianos. Ela dançou, xingou e claro, fez o que vem fazendo desde os Mutantes até hoje, sem dar sinal de esgotamento ou enfado pelo ofício... muito pelo contrário. Era contagiante o seu prazer em estar ali fazendo “esse tal de Rock’n Roll”!
E é esse o motivo que me levou a escrever esse post. Não tenho interesse e nem conhecimento pra fazer um resumo da carreira dela (pra isso existe o Google), falando coisas que os fãs já estão cansados de saber. E os que não são fãs, não querem saber e têm raiva de quem sabe. Queria falar da energia, da alegria, do prazer que imuniza de um possível tédio em se cantar as mesmas canções pela “milionésima” vez. Rita Lee é mesmo inspiradora... ou deveria ser! Tanto pros jovens preocupados e paranóicos, achando que não vai dar tempo de fazer nada, quanto pros mais velhos, despreocupados por acharem que já fizeram tudo e que o resto se resume em assistir a vida passar. Não devemos nos importar tanto e por tanto tempo com os nossos erros, excessos e faltas (deixa isso pros fofoqueiros de plantão), o quanto já sofremos, ganhamos, perdemos, conquistamos... ainda cabe muito mais pra se fazer uma vida inteira! E não que isso vá nos isentar de transtornos, mas devemos seguir adiante sem nos levar tão a sério e com muito PRAZER!
Não conheço a mulher Rita Lee Jones de Carvalho. E nem sei se despida da personagem, ela é tudo isso que estou aqui propagando. Mas como artista, que é o que me interessa, ela está aí dando seu recado. E aos 63 anos, ainda fazendo toda diferença pra que uma noite perdida se torne inesquecível.
E se como ela diz, toda mulher é meio Leila Diniz ... todos nós deveríamos, mesmo que de vez em quando, ser um pouco Rita Lee!
Charles F. Miranda
2 comentários:
É, Charles, Rock N´ Roll é vida!!!! A empolgação da Rita Lee te contagiou de tal forma que sua energia é outra em relação ao último post!!!!
Rita, apesar da idade, ainda consegue, diferentemente dos outros de sua geração e alguns de gerações posteriores a ela, manter a rebeldia!!!! Isso nos ensina que é possível ser rebelde sempre e, mais até, que, por sua vitalidade, é possível dizer que a rebeldia seria um sopro de vida no espírito humano!!!
Talvez seja essa a verdadeira resposta: ser rebelde até o fim!!! Sejamos, então, como nos ensina a rainha do Rock brasileiro, mesmo que apenas de vez em quando, rebeldes!!!!
Que post otimista! kkkkkkkkkkk
Show de rock, vento no rosto, olhar pra frente e sorrisão na cara!
Isso é repassar sem excessos descritivos o que foi vivido!
Adorei! Li num fôlego só!
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