terça-feira, 24 de novembro de 2009



Meu amor tem urgência
Tem sede, tem fome.
Meu amor detesta desculpas
Dor de cabeça, cansaço, sono.
Meu amor é pra agora
É já, é quando.
Meu amor é algo no qual não mando
Meu amor é intenso, é nervo, é estômago.
Meu amor é no osso, é na pele, no pêlo.
Tem o cheiro forte de desespero
Meu amor é o beijo que avoluma o sexo
É minha mão no seu pescoço, meus dentes cravados com delícia.
Meu amor é o sopro frágil e quente que te arrepia
É meu olho que te entrega tudo
Meu amor é o pensamento do qual já não sou dono
É a minha vontade de te fazer rimas, de te colocar pra cima.
Meu amor é avesso a distâncias
O seu onde é sempre perto
Meu amor vai de trem, de ônibus, vai a pé.
E chega onde quer que você esteja
Meu amor chora e não se esconde, não nega que ama.
Meu amor é maiúsculo, é superlativo!
Qualquer coisa diferente disso pra mim não é amor
É conveniência.


Charles Ferreira Miranda


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sobre o 6º Sentido ...



Fabi, na minha completa ignorância sobre o assunto e querendo fugir de um possível processo da sua parte, coloquei essa foto que achei bem divertida (bom ... eu sou do tempo do Pac Man, então entendi a piada kkkk). Meu 6º sentido tá me dizendo que você vai gostar!! Não? Droga .. to dizendo que não entendo nada disso kkkk!!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"Vai morar com o 7 pele que é imortal..."


Um único amor me matou mil vezes
E eu, pobre imbecil, morri com gosto todas as mil.
Só me restou de tudo isso
Uma alma mais dura,
Uma queimação no estômago
E um pé atrás que não me abandona.
Mas aprendi que não há meio termo.
Mesmo que não se diga
Que não se perceba
Ou que se finja que não,
Há sempre alguém matando ou morrendo no amor.
E eu que já me excedi no morrer,
Agora mato.


Charles F. Miranda
PS: Isso foi escrito num momento específico onde cada palavra cabia e tinha ares de verdade absoluta. Mas claro que hoje se tiver que morrer de amor, eu morro ... só que agora morro uma vez só! Como já disse Djavan: "Morrer de amor não é o fim, mas me acaba."

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Felicidade é Química!!



Sabe esses dias em que tudo dá certo e que nem se você quisesse, por força do hábito, conseguiria se sabotar e não notar que é feliz pra caramba? Pois foi assim meu fim de semana... cheio de “horinhas de descuido”. Nada fantasioso ou inacreditável... apenas a felicidade real, possível, clara, disponível ali pra se servir a mancheia. E eu me servi sem nenhuma cerimônia!
Maria Gadú nem sabe, mas teve participação especial na minha sexta-feira. Se o seu cd de estréia é uma das melhores coisas que eu ouvi na MPB esse ano, vê-la ao vivo é ainda melhor! Sentada em posição de lótus num banquinho, jeito de menina tímida que logo se desfaz quando começa a cantar com voz doce e cheia de personalidade. Tá só começando, e assim como meu fim de semana... promete!
Depois de uma semana inteira de chuva, sábado de sol no Rio de Janeiro! Andar no calçadão com a pessoa que se ama, cerveja gelada, jogar conversa fora, rir das esquisitices alheias, tomar sorvete e ficar olhando o mar até o sol cair por detrás dos prédios. Encontrar um grande amigo, compartilhar a alegria, trocar idéias sobre coisas tão irrelevantes como desejos não contidos que nos deixam numa Saia Justa e enumerar as cantoras de MPB que não são lésbicas, assistir um filme sentindo o cheiro da pipoca que queimou no microondas e ir dormir prometendo acordar cedo pra aproveitar o dia.
Domingo, véspera de voltar à rotina, mas só agora escrevendo esse post eu pensei nisso. Tinha mais com o que não me preocupar... tomar coca-cola no café da manhã, sessão de fotos, suecos atrapalhando meu enquadramento, presenciar a criação de um eufemismo, dar risada de tudo e não ter que ser politicamente correto, matar a sede com mate gelado e limão, mar agitado, cheiro de bronzeador e queijo coalho com orégano, olhares furtivos por trás dos óculos escuros. Sexo no banheiro, tomar um banho demorado e tirar o sal do corpo, fazer um café bem quente e tomar devagar pra adiar um pouco mais o inevitável.
Felicidade é química (“Deus” também né Well kkk)! Química entre vários elementos que estão presentes o tempo todo, mas nem sempre no mesmo lugar e hora... e é isso que faz toda a diferença. Boa música, o amor, beijo na boca, abraços afetuosos, amigos, conversas, a beleza do RJ, tudo junto num momento de completo distanciamento do cotidiano. Não que não se possa ser feliz no dia a dia, mas que é mais fácil perceber que viver é coisa muito boa quando nos afastamos dessa vida de todos os dias, disso não tenho dúvidas.
Segunda-feira eu volto a falar mal de tudo, a reclamar que minha vida é uma merda e a perder tempo tentando descobrir o segredo que já sei, mas finjo que esqueço... porque assim fica mais saboroso quando dias como esses se revelam tão simples e possíveis.

PS: Pro meu amor amigo, pro meu amigo Wellington, pro meu primo e amigo Filipe que foi ao show comigo e pra minha amiga Fabi que não pôde ir e fez falta! Elementos indispensáveis pra essa química acontecer!


Charles F. Miranda

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

S.O.S



Salve-me do impossível
Do tempo, do medo
Salve-me da mobília empoeirada
Do sofá da sala, da televisão ligada
Salve-me da canção triste no rádio
Do silêncio insuportável dessas quatro paredes
Salve-me do dia-a-dia, do nada
Da obrigação de ser feliz
Salve-me do que não posso ter
Do que não devo, do que me atrevo
Salve-me das pessoas que não sabem amar
Salve-me de me tornar uma delas
Salve-me de mim
Da minha memória insistente
Salve-me do que invento pra seguir em frente
Salve-me desse amor
Que me deixa claro e me entrega
Salve-me de você
Do que és e do que me negas
Salve-me das regras, de ter que cumprir metas
Dos dogmas, convenções, dos guetos
De ter que agradar aos Troianos e aos Gregos
Salve-me de Deus e do Diabo
Salve-me do que sinto e do que falo
E do caralho a quatro!!
Não sei como se faz isso
Apenas beije-me, e nada mais tem importância
E ainda que breve, estou salvo...
Só não me salve da ingenuidade de acreditar nisso.


Charles F. Miranda

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Bareback


Vocês já ouviram falar em Bareback? Eu tomei conhecimento do termo há pouco tempo ao ler uma matéria na revista Isto É, e mais uma vez me surpreendi com o ser humano. Infelizmente, nesse caso, de forma negativa. O Bareback (ou montar o cavalo sem sela) é uma prática sexual com muitos adeptos nos Estados Unidos e Europa e que agora começa a chegar ao Brasil, onde os praticantes fazem sexo anal sem camisinha.
Claro que o que me surpreendeu não foi saber que essas pessoas fazem sexo sem proteção... apesar de todas as campanhas a gente sabe que isso acontece muito e quando algo dá errado nem se pode culpar a falta de informação. O que me assusta é a intenção por trás da prática do Bareback (intenção que não há em quem, numa eventualidade ou por achar que o parceiro é 100% confiável, pratica sexo sem segurança). Numa primeira leitura seria apenas uma "busca mais livre do prazer", mas junto disso vem o fato de que os participantes acham excitante o risco de contrair HIV nessa prática e, mais preocupante ainda, alguns desejam contrair o vírus e assim acabarem com a "ansiedade e a angústia frente ao possível contágio pelo HIV uma vez que já se sabem soropositivos, e como tal a utilização do preservativo passaria a ser descartada". Alegam também que "devido aos avanços atuais relacionados ao tratamento anti-HIV (terapia anti-retroviral ... que aliás tem efeitos colaterias bem desgastantes) e ao acesso a ele, em caso de contágio sua qualidade de vida não sofreria qualquer tipo de impacto negativo, já que os medicamentos ao inibirem a reprodução do vírus e potencializar o sistema imunológico, impediriam o surgimento de enfermidades oportunistas". O Bareback se dá em grupos mistos (soropositivos e negativos) onde os participantes não sabem quem tem e quem não tem o vírus numa verdadeira roleta russa. E em grupos só de soropositivos, que acham erroneamente que o sexo entre portadores não poderia piorar a situação (nesse caso há uma reexposição virótica que dificulta muito o tratamento, além de que, o HIV não é de um tipo só por sofrer mutações). É um erro também afirmar que essa prática só aconteça entre homossexuais (embora sejam maioria) ... bissexuais e heterossexuias também se arriscam nesse jogo suicida.
Enfim, tudo isso que falei vocês podem encontrar na net com muito mais informações e até relatos de alguns barebackers. Só queria registrar minha perplexidade diante da ignorância e do descaso do Ser Humano pela própria vida. Tratar a AIDS (fora outras DSTs que se pode pegar nessa "brincadeira") como algo menor e irrelevante em relação ao prazer que buscam é no mínimo um pensamento infeliz. Sei que cada um faz da sua vida o que achar melhor, mas é lamentável saber que alguns usam o livre arbítrio em coisas tão deprimentes. "O meu tesão agora é risco de vida" cantou Cazuza ... triste saber que tem gente achando isso o máximo!

PS: E já que estou falando de desrespeito pela vida, ignorância e exemplos de como a raça humana pode ser nociva ... não poderia deixar de lembrar que hoje faz 8 anos desde os atentados de 11 de Setembro nos EUA. Sabendo que o ser humano é capaz de atentar contra a própria vida, não é de se estranhar que a vida do outro não lhe faça a menor diferença.
 
Charles F. Miranda

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Aliteração



Sem seu sorriso... sou semi
Sílaba separada, sem sentido
Sobras de um sonho, sobejo
Solo sequioso da solidão.
Sombra silente, sem som
Sugado pelo sumidouro da sádica saudade que sinto.
Sou seu suvenir sem serventia
Sou sede que não sacia
Sistema solar sem sincronia.
Situação sobre-humana, singular sentimento
Sinto-me soçobrar em sofrimento
Sem saco, sem simpatia
Sisudo, soturno, sorumbático.
Servo de seus sortilégios e sevícias
Solilóquio de sandices, sarau sarcástico
Sou semita, sois suástico
Sem simetria, sem sintonia
Se eu somasse, subtraías.
Socorro... Saqueaste meus sentidos!
Sandeu, sequer soubeste ser sensível.
Sente-se superior sabendo meus segredos?
Sacanagem sua servir-se de meu sossego.
Sacripanta, sanguessuga, Satanás, serpente
Subestime meu sexo, saboreie salivas suplentes.
Se superestime, sinta-se suficiente
Surpreenda-se ao se saber supérfluo.
Simulei seu sepulcro, saturei subitamente
Sobre sua sórdida soberba salpicarei solvente.
Serei severo, sem sutilezas secarei sua sorte
Sofra, sinta, suplique, suporte.
Sou a sanha no soco que sangra o supercílio
Sem senso, selvagem, símio.
Solto da soga que me sufocava
Sortido de sentimentos e sensações
Semblante sereno de satisfação
Suave, sublime, são.
Sem seu sorriso... sigo!

Charles F. Miranda

sábado, 29 de agosto de 2009

Brüno


Do que você seria capaz pra conseguir a fama?


Brüno (é assim mesmo com trema... não venha me falar de reforma ortográfica kkk), austríaco de 19 anos, fashionista e gay muito bem resolvido, é capaz de tudo e mais um pouco. E no quesito “Sem Noção” ele leva 10 com louvor. Ao contrário de Borat, do anterior e melhor (não que isso seja mérito nesse caso) pseudo documentário estrelado pelo ótimo Sacha Baron Cohen, que fazia os maiores absurdos por pura ingenuidade de se comportar, nos EUA e na cultura da classe média americana, da mesma forma que em seu distante Cazaquistão... Brüno é um sem noção consciente. Vai também pros EUA a fim de reconquistar a fama, depois de perder todo o prestígio em seu País, e lá apronta os maiores absurdos porque realmente acredita que aquilo que apresenta seja o supra sumo do entretenimento, a ponto de se achar injustiçado por não ter seu valor reconhecido. E na busca desse reconhecimento, ele nos brinda com cenas poucas vezes engraçadas (o sexo oral imaginário no espírito de Milli, da dupla Milli Vanilli), muitas vezes exageradas e desnecessárias (um pênis dançante balançando por vários segundos), que o filme vai nos jogando uma atrás da outra sem muito critério ou coerência... assim como o seu protagonista. Longe de querer ser puritano, concordo que o filme trate de assuntos pertinentes e muito atuais que são pratos cheios pra uma comédia e até tenha lá seus bons momentos (a entrevista com os pais de alguns bebês que concordam com os maiores absurdos propostos por Brüno, só pra que seus filhos sejam escolhidos pra um trabalho), mas se perde em querer ser apenas um reflexo da sua personagem e achar que um amontoado de cenas nada convencionais e até certo ponto corajosas de serem feitas, seja suficiente pra se criar uma proposta que perdure. Parece que o filme foi de fato dirigido pelo próprio Brüno, assim como o piloto de um programa de entrevistas com celebridades que a certa altura ele mostra num teste de público sem nenhum sucesso... só não chega a ser "pior do que câncer", como alguém classifica o programa sem acreditar no que acabou de assistir. E no final o que será comentado, serão as cenas “chocantes” e as sensações que elas causam em cada um ao assistir, e não o comportamento que é cada vez mais comum em qualquer lugar do planeta... Estamos cada vez mais capazes de tudo e com mais ferramentas pra conseguirmos nossos 15 minutos de fama! Bom, a maioria de nós pelo menos kkk!
Obviamente, sendo reflexo de seu protagonista, o filme parece querer fazer carreira pela polêmica e não exatamente por seus méritos artísticos. Nada genuíno... apenas oportunismo. Quem tem certeza do que se é, sabe como rir de si mesmo e não se levar tão a sério. Mas, do que mais são feitos esses famosos instantâneos do que de oportunidade? Já foi o tempo em que a ocasião fazia apenas o ladrão.
Claro que tudo isso é opinião minha, e vai ter gente por aí achando genial. Então, recomendo que assistam e tirem suas próprias conclusões (só não recomendo que assistam numa tarde de domingo com a família ... pode ser constrangedor ... ou não, vai saber ). O maior “perigo” de Brüno é que ele consegue seu objetivo no final... o que pros sem noção de plantão é incentivo suficiente (não que eles precisem) pra seguir em frente com seu circo de absurdos! E quem não quiser assistir que mude de planeta, porque o show está só começando!


Charles F. Miranda

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Rock'n Roll também é "auto ajuda"



Sexta-feira fria, aniversário de Nilópolis e um show da Rita Lee pra comemorar a data. Confesso que fui por pura falta de uma opção melhor, porque apesar de saber cantar praticamente todas as músicas (constatei isso durante o show) de tanto tê-las ouvido vida afora, seja na voz da própria ou de algum outro intérprete, nunca fui “fã de carteirinha” como se costuma dizer. Mas não podia estar mais errado! Não poderia haver opção melhor naquela noite... e agradecido por não ter perdido a oportunidade, reconheço que preciso urgentemente me filiar ao fã clube kkkk!!
“A maioria dos roqueiros morrem de overdose, terminam loucos internados numa clínica, alguns se suicidam... e os que sobrevivem viram dinossauros do Rock como eu” disse ela durante o show. E com seus 63 anos, os inconfundíveis cabelos vermelhos, a “dinossaura” esbanjou vitalidade mesmo com o braço na tipóia, fato que a fez lamentar por não poder tocar sua guitarra e outros instrumentos. Bem humorada, debochada, ácida, antenada com assuntos desde política até a novela das 20:00 e seus bordões indianos. Ela dançou, xingou e claro, fez o que vem fazendo desde os Mutantes até hoje, sem dar sinal de esgotamento ou enfado pelo ofício... muito pelo contrário. Era contagiante o seu prazer em estar ali fazendo “esse tal de Rock’n Roll”!
E é esse o motivo que me levou a escrever esse post. Não tenho interesse e nem conhecimento pra fazer um resumo da carreira dela (pra isso existe o Google), falando coisas que os fãs já estão cansados de saber. E os que não são fãs, não querem saber e têm raiva de quem sabe. Queria falar da energia, da alegria, do prazer que imuniza de um possível tédio em se cantar as mesmas canções pela “milionésima” vez. Rita Lee é mesmo inspiradora... ou deveria ser! Tanto pros jovens preocupados e paranóicos, achando que não vai dar tempo de fazer nada, quanto pros mais velhos, despreocupados por acharem que já fizeram tudo e que o resto se resume em assistir a vida passar. Não devemos nos importar tanto e por tanto tempo com os nossos erros, excessos e faltas (deixa isso pros fofoqueiros de plantão), o quanto já sofremos, ganhamos, perdemos, conquistamos... ainda cabe muito mais pra se fazer uma vida inteira! E não que isso vá nos isentar de transtornos, mas devemos seguir adiante sem nos levar tão a sério e com muito PRAZER!
Não conheço a mulher Rita Lee Jones de Carvalho. E nem sei se despida da personagem, ela é tudo isso que estou aqui propagando. Mas como artista, que é o que me interessa, ela está aí dando seu recado. E aos 63 anos, ainda fazendo toda diferença pra que uma noite perdida se torne inesquecível.

E se como ela diz, toda mulher é meio Leila Diniz ... todos nós deveríamos, mesmo que de vez em quando, ser um pouco Rita Lee!

Charles F. Miranda

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

19 de Agosto

Aniversário... dia pra sacramentar e lembrar o fato que você prefere nem se dar conta o resto do ano inteiro: O tempo está passando! E no meu caso lá se vão 31 anos.
Não sei se as primaveras foram me deixando mais chato (embrutecido, ranzinza, seco, mal humorado kkkk), mais exigente e seletivo, menos ingênuo ou se é apenas o fato de que algumas coisas vão ficando menos interessantes, à medida que o tempo as afasta daquele ponto onde elas tinham o impacto da 1ª vez. No meu caso acho que é um pouco disso tudo.
Olhando fotos antigas por exemplo, não consigo entender como podia me vestir daquele jeito! Aquela jaqueta horrorosa da Planet Hollywood que infernizei minha mãe pra comprar, aquele tênis M2000 com uma língua enorme, aquele sapato de couro com bico quadrado que eu usava nos momentos mais casuais kkkk! E os cortes de cabelo (que um dia eu tive kkk)? Prefiro nem comentar! Como eu conseguia dar gargalhada com os Trapalhões e hoje eu não posso nem olhar pra cara do Didi sem me sentir um idiota por estar assistindo aquilo. Assistir “O Exorcista” hoje, não dá o menor medo e muito menos choca. Bandas dos anos 80 que ainda resistem... acho todas um saco. E me pergunto se a Legião Urbana, que eu adoro, também teria se tornado um saco se não tivesse terminado. Paixões antigas... como eu pude amar certas pessoas (kkkk)?
Enfim, essas e muitas outras coisas que me fazem perceber a necessidade de se reinventar sempre. Se permitir novas idéias, conhecimentos, amigos, estilos, gostos... o que parece ideal hoje, amanhã você pode não entender como aquilo foi possível. É preciso estar aberto e atento para não deixar passar o encontro com o novo. Claro que sempre tem aquelas coisas que sentimos saudades e as que não enjoam nunca... brincar na rua com os amigos, não ter que ter tanta responsabilidade, coca-cola, certas músicas, certos filmes, certos livros, certos amigos, calça jeans, beijo na boca e por aí vai. O negócio é saber filtrar o passado e só deixar o que lhe for muito caro, assim sobra mais espaço pra outras possibilidades. E querer preencher esse espaço de novidades sempre dá um gás pra vida não ficar chata e parecer que, apesar dela estar passando, estamos parados no tempo. Que venha a nova idade e que ela me proporcione os encontros que eu ainda não tive!!


Quem poderia, contrariando o impossível, fazer o tempo parar?
Se é da sua natureza passar.
E quem poderia criar um horizonte que nos limitasse?
Se é da natureza humana tornar-se.


Charles F. Miranda

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Lavagem Cerebral


Se você achou que passaria pela vida carregando a frustração de não ter um diploma... suas angústias acabaram! Agora você pode ter seu “Diploma de Dizimista” assinado pelo próprio Jesus Cristo! Quer mais? Claro que quer... e os canalhas de plantão sabem disso e sabem também como explorar esse fato.
A questão aqui não é acreditar ou não em Deus, se Ele faz ou não faz... mas a que preço você está comprando sua fé e nas mãos de quem está depositando suas crenças. A Igreja Universal é um negócio (vou dar nome ao “santo”, porque é ela que está na pauta do momento e também pra não ser acusado de generalizar por algum chato), talvez não pra você, sincero e ingênuo na sua fé, mas com certeza é pra quem está por trás dessa máquina. É a manipulação, em causa própria, da palavra de Deus por aqueles que se auto delegam a condição de “escolhidos” para transmiti-la. É a exploração da carência, da ignorância e do desespero daqueles a quem só resta entregar nas mãos Dele, e encontram como intermediários toda sorte de caras de pau e aproveitadores.
Dito todo esse blábláblá, chego ao ponto que mais me irrita nessa história toda: Por que as pessoas ainda se permitem passar por essa lavagem cerebral? Como elas ainda caem e vão continuar caindo na mesma falácia, se não é novidade nenhuma o que mais uma vez os noticiários trazem à tona?
Algumas pessoas se espantam quando digo que sou ateu (entenda por isso eu não acreditar em Deus e não eu não ter fé em coisa alguma). A mim espanta mais o fato da maioria dos que creem não questionarem nada, engolirem tudo o que colocam na conta de Deus, não terem discernimento sobre o que é possível e o que é pura encenação. Entendo que esperança seja algo indispensável, mas quando você se estagna e aposta todas as fichas nisso a ponto de perder a sensatez, alguém vai saber se aproveitar disso.
Deus (ou seja lá que nome queiram dar), em minha opinião, seria a perfeita sintonia entre o pensamento e a ação de cada indivíduo, fazendo as coisas acontecerem pro bem ou pro mal. Portanto, eu não espero que um “Senhor barbudo” apareça algum dia julgando esse, absolvendo ou condenando aquele, tomando as rédeas de suas sagradas palavras e colocando ordem nesse caos. Somos nós, sem precisar pagar dízimo, sem diplomas e muito menos atestado de idiotas, que devemos valorizar nossa esperança e fé e não colocá-las nas mãos desses parlapatões (aprendi essa com o Collor) do Reino de Deus. Infelizmente quem pensa o Mal é mais ativo, objetivo e determinado na sua execução. Enquanto quem pensa o Bem fica na espera, sonha, romantiza, entrega nas mãos de Deus... e por aqui os representantes das “mãos de Deus” só as usam pra contar dinheiro e te tirar o pouco que você tem (entenda como Bem uma coisa maior e não um “bem” individual, caprichoso e sem medida, porque isso eles também acreditam fazer por si mesmos quando fazem o que fazem). Apesar de já ter dito que não é essa a questão desse post, esclareço que não há nas coisas que disse a presunção de afirmar ou tentar fazer com que alguém ache que acreditar em Deus seja uma besteira. Embora não seja minha opção e tenha dado minha opinião como tal, acho que cada um deve acreditar no que lhe for genuíno. A questão é: aprenda antes a reconhecer a legitimidade daquilo em que está depositando sua fé. Vigie e ore se te faz bem, mas de olhos bem abertos (nesse caso é melhor deixar todos os sentidos em alerta)!
Ufa... me estendi tanto que nem sei se meus 3 seguidores terão paciência de ler tudo. Acho que vou prometer alguns milagres pra ver se aumento o meu séquito. Quem sabe até cobre uma taxa por isso e ofereça um diploma de Seguidor Dizimista assinado por... bom, depois faço uma enquete pra saber quem vocês gostariam que assinasse. Sei que dei pouco espaço pro meu habitual e ácido humor (quem me conhece além desses 2 posts sabe kkk), mas se alguém viu as imagens do Bispo Macedo nos telejornais ou pelo You Tube, entende que fica difícil competir no quesito deboche e escárnio.
Charles F. Miranda

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A teus sentidos...

A boca pede
O que meus olhos veem.
Ouço tua entrega,
Minhas mãos se estendem
E teu cheiro me leva em direção a teus sentidos.
Estou pronto para comê-lo!


Charles F. Miranda